5 de agosto de 2010

EUA avaliam três novas drogas contra obesidade

O governo americano começa esta semana a avaliar uma série de três novas drogas que prometem ajudar na luta contra o obesidade, que afeta cerca de 35% da população adulta do país. Dois dos novos medicamentos são combinações de remédios já conhecidos, enquanto o terceiro, embora seja uma substância nova, mostrou ser o menos eficiente de todos. De acordo com as regulações da agência responsável pela área nos EUA (FDA, na sigla em inglês), para serem aprovadas as drogas devem propiciar a perda de pelo menos 5% do peso total em um ano.O primeiro medicamento a ser avaliado pela FDA, batizado Qnexa, une uma anfetamina e um anticonvulsivo e deverá ter seu relatório divulgado ainda nesta segunda-feira, entrando em consulta pública logo depois. Dos três, foi o que apresentou os melhores resultados nos testes clínicos, com os pacientes perdendo de 13% a 15% de seu peso. Em compensação, foi também a que teve o maior índice de desistências devido aos efeitos colaterais, que incluíram problemas de memória e concentração.Já a segunda droga, intitulada Iorcaserin, deverá entrar em revisão em setembro. Única substância nova da lista, ela age sobre os receptores de serotonina no cérebro, mas teve os piores resultados nos testes clínicos, com os pacientes perdendo apenas 5% de seu peso corporal. Por outro lado, foi a que apresentou os efeitos colaterais mais brandos, importante fator para aprovação pela FDA.Por fim, em dezembro será feita a avaliação da Contrave. Outra combinação de medicamentos, ela mistura um antidepressivo e uma droga contra vícios. Os pacientes nos testes clínicos tiveram uma perda de peso entre 5% e 10%, mas encararam efeitos colaterais como fortes náuseas.O mercado de drogas para tratamento contra a obesidade é um dos mais promissores para a indústria farmacêutica, devendo pular dos atuais US$ 500 milhões por ano para mais de US$ 3,4 bilhões anuais em 2018. Mas a corrida está enfrentado sérios obstáculos. Há dois anos, o laboratório Sanofi-Aventis suspendeu as pesquisas em torno de uma promissora droga chamada Acomplia devido a efeitos colaterais psiquiátricos como depressão e pensamentos suicidas. Já em novembro do ano passado o laboratório Abbott foi obrigado a retirar do mercado europeu seu remédio controlador de apetite Meridia por causa de dados relativos a maior risco de ataques cardíacos. E, em maio último, a própria FDA emitiu alerta quanto ao Xenical, medicamento que reduz a absorção de gordura pelo organismo, por poder causar sérios danos ao fígado.

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