Um material da espessura de apenas um átomo e um "minissubmarino" capaz de administrar quimioterapia dentro de um tumor são algumas das descobertas apresentadas em uma conferência de nanotecnologia celebrada em Tel Aviv. Os 1.500 participantes da conferência Nano Israel 2010, de dois dias, incluem químicos, físicos e médicos pesquisadores, que têm em comum seu trabalho com estruturas minúsculas.
"Todos trabalhamos para sermos capazes de manipular moléculas em nível atômico", contou Dan Peer, professor do departamento de Imunologia e Pesquisa Celular da Universidade de Tel Aviv. Peer tenta averiguar como tratar mais adequadamente um câncer ou inflamações associadas a doenças como a esclerose múltipla, mediante um uso mais acertado de tratamentos como a quimioterapia. "Às vezes o medicamento está lá, mas não funciona de forma acertada", explicou Peer à AFP.
Nestes casos, os cientistas estão tentando encontrar a forma de inserir tipos de "sistemas GPS" nos medicamentos para que atinjam mais diretamente às células malignas ou às inflamações. Uma forma de fazê-lo é unir o tratamento contra o câncer a uma vitamina que os tumores absorvem facilmente, o que permite que a medicação penetre nas células malignas. "Pode-se criar novos materiais, novos veículos para os tratamentos, como bolhas minúsculas ou minissubmarinos que os introduzam no corpo", afirmou Peer.
Joseph Kost, professor do departamento de engenharia química da Universidade Ben Gurion do Neguev, está trabalhando em uma técnica capaz de aplicar a um tumor um medicamento usado na quimioterapia, o cisplatino. Segundo explicou, o medicamento é introduzido em um pequeno recipiente e veiculado dentro do tumor como se fosse uma "ogiva terapêutica". Uma vez no interior, os cientistas irradiam os veículos que contêm o medicamento, mediante ultrassom, dispersando assim o tratamento por todo o tumor.
Andre Geim, ganhador este ano do prêmio Nobel de Física, apresentou seus trabalhos sobre o grafeno, uma estrutura de grafite da espessura de um átomo que é mais dura que o diamante. "Pode-se fazer milhares de aparelhos a partir deste grafeno", que poderiam servir no futuro para sequenciar mais rapidamente o DNA ou fabricar condutores mais eficazes, disse perante uma audiência de pesquisadores de 35 países.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4782656-EI8147,00.html
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