19 de abril de 2010


Denúncia do Fantástico deve ser usada para valorizar a relação ética entre farmácias e médicos
A indignação diante do que vimos e ouvimos na noite de ontem, 18 de abril, de pessoas que se apresentam como profissionais do segmento farmaceutico magistral deve ser usada para valorizar a relação ética entre farmácias magistrais e médicos prescritores.
A reportagem do programa Fantástico, o mais importante e de maior audiência da Rede Globo de Televisão, denunciou como algumas farmácias de manipulação de medicamentos mantêm relações antiéticas com médicos por meio do pagamento de comissões, burlam a proibição de associar medicamentos como os anoréxicos, mantêm receitas de medicamentos controlados em branco e assinadas; e até mesmo convidam médicos para serem sócios de farmácias.

Embora mencione claramente que são algumas farmácias e médicos que adotam estas práticas, os fatos mostrados constituem um atentato à instituição Farmácia Magistral, a todos nós que trabalhamos com ética e dia a dia dignificamos esta profissão.
E infelizmente, a reportagem pode despertar desconfiança do paciente consumidor quanto à lisura do prescritor e da farmácia. Portanto, a partir de hoje, os médicos poderão ser questionados se indicarem uma farmácia, mesmo que o façam exclusivamente por confiança técnica.
Assim, para enfretar esta situação a Anfarmag informa e orienta o seguinte:
1. Foram abertos procedimentos na Comissão de Ouvidoria e Ética da entidade para apuração dos fatos. As farmácias citadas na matéria serão chamadas para explicações e o processo será encaminhado para os respectivos conselhos de farmácias;
2. A Anfarmag Nacional já está em contato com a ANVISA, o Conselho Federal de Farmácia e o Conselho Federal de Medicina para continuar e aprofundar a discussão do tema, avaliar a sua proporção e preparar uma campanha em favor da prescrição ética de medicamentos.
3. Com orientação da Nacional, as regionais e sucursais da Anfarmag vão se organizar para realizar reuniões com os respectivos conselhos de farmácia, de medicina e vigilancias sanitárias. E convocar reuniões com os associados para debater o tema. Prepare-se. É muito importante a sua participação.
O QUE DIZER PARA O MÉDICO
4. Os médicos que mantém relacionamento técnico com as farmácias devem ser contatados. A eficácia dos tratamentos com formulações magistrais não foi questionada. É preciso manter a confiança mútua. Ele deve ser estimulado a dizer claramente para os seus pacientes porque prescreve a manipulação, que tem confiança em algumas farmácias mas que o paciente tem o direito de manipular onde achar mais conveniente. O diálogo deve começar mostrando que o problema não atinge apenas a farmácia mas sim a classe médica e portanto deve ser trabalhadas pelas duas entidades, como já está acontecendo. Mais: o médico tem a possibilidade de explicar para o paciente que nem todo médico participa dessa atividade ilicita e da mesma forma nem toda farmácia está envolvida nisso, portanto as farmácias que ele confia são farmácias sérias.
O QUE DIZER PARA O PACIENTE / CONSUMIDOR
5. As farmácias vão enfrentar uma enxurrada de pedidos de descontos entre 25% e 45% do valor final. Os estabelecimentos deverão estar preparados para informar objetivamente a cada paciente que não praticam o comissionamento de médicos. E se, dentro da possibilidade da farmácia, der algum desconto, deixar claro que isto é uma operação entre a farmácia e o cliente.
6. Para lidar com esta situação a Anfarmag tem buscado conscientizar as farmácias para atuar dentro das mais estritas normas técnicas, morais e éticas, de acordo com as exigências legais e sociais vigentes para a saúde pública. E a não se envolver com profissionais no sentido de visar lucros ou comércio.
7. Para a Anfarmag o associado jamais deve praticar qualquer ato que possa causar prejuízo ao seu cliente, observando o cumprimento aos princípios éticos e à legislação vigente.

Anfarmag Nacional

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