3 de julho de 2012

Endometriose


A Revista Brasileira de Medicina, edição Jan/Fev 12 V 69 N 1-2, publicou um interessante artigo sobre a Endometriose, escrito pelos médicos Natália Fernandes Monteiro e Stephanie Rotband Marchtein Tambellini da Universidade de Taubaté (SP) e André Luís Ferreira Santos, Professor doutor da Disciplina de Ginecologia Obstetrícia da Universidade de Taubaté (SP).

Os pontos principais do artigo com algumas colocações para melhor esclarecimento deste importante tema:

• O endométrio é uma mucosa que reveste a parede interna do útero, sensível às alterações do ciclo menstrual, e onde o óvulo depois de fertilizado se implanta. Se não houve fecundação, boa parte do endométrio é eliminada durante a menstruação. O que sobra volta a crescer e o processo todo se repete a cada ciclo.
• A endometriose é uma afecção inflamatória provocada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas, migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar. Assim, a endometriose caracteriza-se pela fixação e crescimento do tecido endometrial fora do útero.
• É observada em aproximadamente 15% das mulheres, atingindo até 50% das inférteis e podendo chegar a 70% das portadoras de dor pélvica crônica.
• A etiologia (causa) e a etiopatogenia (causa e desenvolvimento) é pouco conhecida e os tratamentos disponíveis não são muito satisfatórios.
• Algumas hipóteses surgiram para explicar a Endometriose profunda, que é a forma mais grave da doença. As causas ainda não estão bem estabelecidas. Uma das hipóteses é que parte do sangue reflua através das trompas durante a menstruação e se deposite em outros órgãos. Outra hipótese é que a causa seja genética e esteja relacionada com possíveis deficiências do sistema imunológico.
• Pode apresentar recidiva, é tempo-dependente e crônica.
• Sintomas mais comuns: dor pélvica crônica, dismenorreia acentuada (cólica menstrual que, com a evolução da doença, aumenta de intensidade e pode incapacitar as mulheres de exercerem suas atividades habituais) e dispareunia, que é a presença de dor durante as relações sexuais.
• O mecanismo pelo qual a endometriose causa infertilidade ainda é desconhecido.
• Os locais que são mais afetados são os órgãos pélvicos e o peritônio, mas outros locais como os pulmões podem ser afetados.
• O tratamento medicamentoso, embora sofra um debate sobre a eficácia para a dor ou infertilidade, visa diminuir a dor, elevar a possibilidade de gravidez e retardar a recorrência.
• Medicamentos mais utilizados são os anti-inflamatórios não esteroidais (AINE), conjuntamente com um contraceptivo oral ou um progestágeno via oral. Outros tipos de medicamentos também podem ser utilizados como o Danazol, análogos do hormônio liberador de gonadotropina ou a medroxiprogesterona. O (s) medicamento (s) a ser utilizado, a concentração, posologia e tempo de tratamento é prescrito pelo médico após cuidadosa avaliação clínica da paciente.
• O tratamento via cirurgia objetiva ter o diagnóstico e retirada dos focos de endometriose.
• Embora a importância do exame físico, dados clínicos e outros exames complementares seja incontestável, a obtenção do diagnóstico definitivo somente ocorrerá através da vídeo laparoscopia

3 comentários:

  1. Olá Mendez!
    Parabéns pela escolha da postagem! É muito esclarecedora!
    Abraços.

    “Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jeferson Cardoso)

    Convido para que leia e comente “O CHUPA CANAS” no http://jefhcardoso.blogspot.com/

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Muito obrigada! Visitei o seu blog e estou seguindo-o. Parábens pelo bloG!!
      Abraços

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